domingo, 4 de janeiro de 2009

FELIZ ANO NOVO!? (PARA REFLETIR)


Trinta de dezembro de 2008. Sophia está radiante com o início de um novo ano. O natal foi maravilhoso, em família, presentes trocados, sorrisos, abraços, felicidade...
O filho de 21 anos terminando a faculdade de Direito numa das melhores universidades do seu Estado. Futuro juiz, procurador. Sonho se realizando.
Sophia, já com tudo preparado para a festa da virada, senta-se em sua confortável poltrona para assistir a um programa de televisão “Retrospectiva 2008”. “Bom, ela não tinha nada melhor pra fazer mesmo. Por que não assistir ao programa, enquanto o esposo e o filho não chegam?"
Sophia estava linda. Os 40 anos somente os documentos diziam, pois não aparentava ter mais que trinta. Tinha ido ao salão e já feito uma primeira limpeza de pele, arrumado os seus lindos cabelos ruivos e já agendado o retorno para a tarde do dia 31, para retoques finais e, enfim, ficar mais linda ainda para o “reveillon”, num dos mais badalados clubes da Cidade.
“Programa chato de se ver!” “Quantas desgraças, tragédias familiares! Assassinatos por motivos banais, vidas que se foram num trânsito enlouquecido, nervos à flor da pele. Guerras. Crianças violadas. Violência generalizada.”
Sophia chegou a se arrepiar quando pôde rever que um pai assassinou a filha de cinco anos de um modo cruel, com a ajuda da madrasta. Também não conteve as lágrimas quando viu o final de uma menina de 15 anos, ao vivo, num crime passional ridículo como todos os outros. Não pôde deixar de comparar que alguns meses depois do assassinato da filha pelo pai e madrasta, uma outra menina de 8 anos perdeu a vida, assassinada, dessa vez, pelo padrasto, possivelmente com a conivência ou ajuda da própria mãe, antes, porém, abusada sexualmente.
“É o fim dos tempos!” A emissora encerrou o programa, de forma fria, como sempre, e Sophia desligou a TV um pouco arrependida de ter parado para assistir tanta desgraça. “Podia ter passado sem essa!” Pensou. “Não podia fazer nada para mudar aquilo mesmo! Nem podia tê-lo feito para impedir. E sua família, graças a Deus, estava tudo bem, em paz!”
Sophia foi se deitar e dormia profundamente, quando tocou o telefone. Seu filho reagiu a um assalto ali próximo de sua casa e fora assassinado com vários tiros. O Sonho acabou. Sophia podia ter feito alguma coisa? Ela ainda podia fazer algo para impedir que fatos como esses se repetissem tanto?
Se você respondeu a esta questão de forma negativa, comece a repensar seus valores: empatia e solidariedade nunca é demais. Repense o seu papel na sociedade a qual é o reflexo da sua gente e de seus valores.
Certamente, muito podemos fazer para evitar a deterioração da família brasileira e sermos as próprias vítimas desse nosso descaso, principalmente, com a educação.
POR: SUEILI A L ROCHA